Sua Excelência, O Fato #96

O papel estratégico de Eduardo Pazuello em seu regresso ao governo é consolidar o link entre o Palácio do Planalto já tomado de assalto por Bolsonaro e as falanges das polícias militares em todo o País. General da ativa, que estará subordinado a um almirante também da ativa – Flávio Rocha – na Secretaria de Assuntos Estratégicos, Pazuello será o elo entre a cúpula bolsonarista e as milícias boçais das PMs nos diversos estados. Não há acaso nem, muito menos, mera provocação ao Alto Comando do Exército que se reúne vitualmente hoje para definir alguma punição ao ex-ministro da Saúde que ainda usa farda e coturno como militar da ativa e se converteu em correia de transmissão de tudo o que é mais vil e mais baixo no projeto político de um presidente que não tem pruridos de consciência: se for preciso atuar como genocida para se perpetuar no poder, atuará. O novo posto de Pazuello no coração do bolsonarismo é correia de transmissão e de disseminação do recado que Bolsonaro quer ver chegar na ponta – nos quarteis das PMs de todos os estados e do DF: ouçam o comando que emana de Brasília. Essa é a tal “anarquia militar” que já se instalou no Brasil, e ela será responsável pela reprodução de episódios como a reação perversa da PM pernambucana aos atos pacíficos do último sábado; ou do policial que deu voz de prisão a um professor em Goiás porque ele falava a verdade: chamava Bolsonaro de genocida numa faixa colocada no capô do carro. Esse é o principal tema da análise desta breve semana, em véspera de feriado, que fazem os jornalistas Luís Costa Pinto e Eumano Silva no Sua Excelência, O Fato.

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