O senador Ciro Nogueira (PP-PI) admitiu que será difícil defender atos e omissões de Jair Bolsonaro e do ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello na CPI da Covid. O parlamentar afirmou que não está indo para a CPI “para defender o Governo”. “Se tiver de se explicar, vai se explicar sim. Vou cobrar”, disse Nogueira em entrevista a Luís Costa Pinto e Eumano Silva no programa Sua Excelência, O Fato.
“Em lugar nenhum do mundo se faz uma comissão no pico de uma pandemia. Mas já que está instalada, espero que não venha com disputa política”, acrescentou.
O senador afirmou, no entanto, que não vê como crimes de responsabilidade algumas atitudes de Bolsonaro, como sair às ruas sem máscara e estimular aglomerações. “Foi um erro, mas não vejo isso como um crime”, disse.
“Ninguém vai propor a quebra de sigilo do presidente porque não razão para isso. Mas, de governadores, sim”, continuou.
Ataques a PT, ao PSDB e ao MDB
Na entrevista, o parlamentar aproveitou para criticar os governos anteriores ao de Bolsonaro – FHC (PSDB), Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff (PT), e Michel Temer (MDB).
“O grande problema do brasil foi não ter tido a capacidade de produzir a sua vacina e isso aí não dá para culpar Bolsonaro. Desenvolver vacina é investimento de longo prazo. É culpa do PT, do PSDB, do MDB, que não investiram em ciência no nosso País”, continuou.
O parlamentar também afirmou discordar de algumas declarações do senador Renan Calheiros (MDB-AL), relator da CPI. De acordo com o senador do PP-AL), as manifestações do emedebista sobre o governo Bolsonaro demonstraram uma vontade de ter da comissão “um foco de embate político”. “Não é bom”, disse Nogueira.
Renan vê crime de responsabilidade
O senador Renan Calheiros havia citado crime de responsabilidade em Bolsonaro cometeu crime de responsabilidade ao demonstrar a intenção de usar a CPI para perseguir governadores e prefeitos, conforme a gravação da conversa com o senador Jorge Kajuru (GO), que deixou o Cidadania após as más repercussões do caso.
“Ninguém dispõe sobre o limite do escopo (da investigação) de uma CPI. Uma conversa cheia de ameaças, insinuação…”, afirmou Calheiros, também durante entrevista concedida ao programa Sua Excelência, O Fato.