Janine Ribeiro e Mozart Neves defendem mobilização imediata em torno da Educação. “Há risco de perder tudo”, advertem

Os professores Renato Janine Ribeiro, filósofo e ex-ministro da Educação, e Mozart Neves, químico e ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco, defenderam, durante debate no programa Sua Excelência, O Fato (link abaixo), a imediata mobilização de todos os setores ligados às diversas áreas da Educação brasileira para denunciar, conter e reverter o processo de degradação orçamentária que vem provocando um desmonte educacional – do ensino básico e fundamental às universidades.

Estudantes, professores, reitores e a comunicada acadêmica em geral de instituições como UFRJ, UnB, UFRGS, UFRPE, UFPE, UFBA, UFGO e diversas outras universidades federais ou estaduais têm alertado para a trágica paralisação de todas as atividades nos campi em razão dos cortes de repasses do Governo Federal para programas de ensino, pesquisa e extensão – e até para o custeio básico com segurança e limpeza de diversas instituições. “O que ocorre não é consequência da pandemia. É método, sim. É método de desmonte. Até o governo Dilma, passando pelos governos Lula e Fernando Henrique, e desde o período de Itamar Franco na Presidência, dava-se prioridade à Educação”, diz Janine Ribeiro, que é também candidato à presidência da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). “Agora, não. E isso é grave”. Ao concordar com ele, Mozart Neves, que foi diretor do Instituto Ayrton Senna, enxerga não apenas uma ausência de projeto para a Educação dentro do governo Bolsonaro. Mas, mais que isso: “O Ministério da Educação nunca teve prestígio dentro da própria equipe desse governo. Eles não têm a menor relevância no conjunto do governo e uma prova disso é a forma como se anunciou o corte das verbas para o ENEM”.

O Exame Nacional do Ensino Médio, ENEM, certame de avaliação de conhecimentos que se consolidou nos últimos 20 anos como a principal forma de acesso às universidades, não ocorrerá em 2021. O Ministério da Educação anunciou, na última sexta-feira, que não há verba para o Enem em 2021 e nem calendário exato para o exame em 2022, o que torna incertos os projetos de diversos jovens e adolescentes que querem entrar para as universidades públicas brasileiras. “É preciso começar a agir já, de forma organizada, como resistência e com proposições”, prega Janine Ribeiro.

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LUÍS COSTA PINTO

Luís Costa Pinto, 55. Jornalista profissional desde 1990. Começou como estagiário no Jornal do Commercio, do Recife. Foi repórter-especial, editor, editor-executivo e chefe de sucursal (Recife e Brasília) de publicações como Veja, Época, Folha de S Paulo, O Globo e Correio Braziliense. Saiu das redações em agosto de 2002 para se dedicar a atividades de consultoria e análise política. Recebeu os prêmios Líbero Badaró e Esso de Jornalismo em 1992. Prêmio Jabuti de livro-reportagem em 1993. Diversos prêmios "Abril" de reportagem. É autor dos livros "Os Fantasmas da Casa da Dinda", "As Duas Mortes de PC Farias" e "Trapaça - Saga Política no Universo Paralelo Brasileiro" que já tem três volumes lançados. Haverá um 4º e último volume). Também são de sua autoria "O Vendedor de Futuros", um perfil biográfico do empresário Nilton Molina e "O Procurador", livro-reportagem que mergulha nos meandros do Ministério Público e nas ações da PGR durante o período de Jair Bolsonaro (2019-2022) na Presidência da República.

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