ABMD pede ao Youtube remoção de live de Bolsonaro com ataques ao sistema eleitoral

Site ABMD

“Na última quinta-feira o presidente Jair Bolsonaro usou seu canal na plataforma YouTube, com apoio inédito e flagrantemente ilegal da TV Brasil/Radiobrás e do aparato de comunicação social da Presidência da República, para inventar falsas vulnerabilidades das urnas eletrônicas e do processo de apuração e contagem de votos do Brasil. Também atacou instituições como o Supremo Tribunal Federal, o Tribunal Superior Eleitoral e seus ministros.

Usadas como apoio à disseminação de tais ataques que repugnam os democratas e a Democracia, redes sociais como Facebook, Twitter e Instagram, além das plataformas do Google e de aplicativos de mensagens como Whatsapp e Telegram, não só reproduziram as falas inverídicas presidenciais como, dado as características que lhes são próprias, arquivam e seguem (e seguirão) municiando o arsenal de falsidades, ódios e discursos impróprios produzidos pelo presidente e por sua máquina de intervir na cena política de forma desonesta e inapropriada.

Diante disso, e em razão do aprendizado que as democracias eleitorais em todo o mundo – inclusive o Brasil – colhem das sucessivas e contemporâneas intervenções de autocratas, candidatos a ditadores e fascistas que manipulam eleições a partir de fake news, a Associação Brasileira de Mídia Digital (*) solicita que o YouTube exclua definitivamente de sua plataforma todos os vídeos produzidos a partir desta “live” presidencial, bem como a sua íntegra.

Também é razoável esperar a punição do canal dentro das regras da empresa, que atua corretamente para evitar a disseminação de mentiras.

A ABMD pede ainda ao Google que vete as buscas pelos vídeos falsos, assim como às redes sociais e aplicativos de mensagens para que derrubem a disseminação e circulação das falsas afirmações feitas pelo presidente.

O processo de coleta e apuração de votos adotado no Brasil é íntegro, moderno e auditável. Ele cumpre forte papel na reconstrução democrática desde que a ditadura militar foi derrotada.

Deter cargos públicos não é prerrogativa para faltar com a verdade nas redes, nem diferencia um presidente mentiroso de qualquer outro criminoso que usa mentiras para abalar instituições e conturbar processos político-eleitorais.

Os veículos de comunicação que nós representamos fazem jornalismo independente e moderno. O ambiente digital é o ecossistema que habitamos. Nele, explicamos a conjuntura e levamos aos nossos leitores, telespectadores, ouvintes, assinantes, associados e parceiros, notícias reais e apuração honesta de fatos. Temos compromisso com a verdade.

Ninguém, pode vir a esse ambiente de mídias digitais para confundir, mentir e dividir ainda mais a sociedade.

Agir rapidamente contra as fake news, será didático para todos – sobretudo para o Brasil e para os brasileiros. E isso é urgente”.

Associação Brasileira de Mídia Digital (ABMD)*

Florestan Fernandes Jr., presidente

Luís Costa Pinto, vice-presidente

Adriana Delorenzo, secretária-geral.

(*) Associação Brasileira de Mídia Digital (ABMD),  constituída em 09 de julho de 2021 com a participação de todos os seus associados-fundadores e com seu Estatuto Social, em fase de registro, com sede em Brasília

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LUÍS COSTA PINTO

Luís Costa Pinto, 55. Jornalista profissional desde 1990. Começou como estagiário no Jornal do Commercio, do Recife. Foi repórter-especial, editor, editor-executivo e chefe de sucursal (Recife e Brasília) de publicações como Veja, Época, Folha de S Paulo, O Globo e Correio Braziliense. Saiu das redações em agosto de 2002 para se dedicar a atividades de consultoria e análise política. Recebeu os prêmios Líbero Badaró e Esso de Jornalismo em 1992. Prêmio Jabuti de livro-reportagem em 1993. Diversos prêmios "Abril" de reportagem. É autor dos livros "Os Fantasmas da Casa da Dinda", "As Duas Mortes de PC Farias" e "Trapaça - Saga Política no Universo Paralelo Brasileiro" que já tem três volumes lançados. Haverá um 4º e último volume). Também são de sua autoria "O Vendedor de Futuros", um perfil biográfico do empresário Nilton Molina e "O Procurador", livro-reportagem que mergulha nos meandros do Ministério Público e nas ações da PGR durante o período de Jair Bolsonaro (2019-2022) na Presidência da República.

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