Ontem, feriado de Corpus Christi, caiu o disfarce: não há “ameaça de militarização” no País ou “possibilidade de enquadramento” das Forças Armadas por um capitão expulso do Exército por insubordinação. O Brasil vive sob um governo militar. Generais, almirantes e brigadeiros da ativa, que comandam quarteis e batalhões, são serviçais dos caprichos e da vaidade tresloucados de um homem ignorante, inculto, misógino, perverso e corrupto chamado Jair Bolsonaro. Na correia de transmissão das ordens dadas por Bolsonaro e executadas com denodo pelos militares como se fossem “missões” estão os filhos do presidente. Ou seja, a submissão do Alto Comando do Exército a Bolsonaro expôs o Brasil à descoberta de que vivemos sob um governo militar que serve a uma família. A anarquia nas Forças Armadas não se instalou ontem entre os militares brasileiros. Ontem, apenas, ela se tornou evidente. Eis o tema de Sua Excelência, O Fato desta sexta-feira, 4 de junho de 2021. O convidado especial para debater essa conjuntura que acentua a desagregação democrática do Brasil é o coronel da reserva do Exército Marcelo Pimentel Jorge de Souza, uma das vozes mais críticas à participação dos militares em atividades e aventuras políticas. Em 2019, já na reserva, o coronel Marcelo Pimentel foi punido por alertar que o Exército atuava em linha com o bolsonarismo.