O sistema educacional brasileiro está, todo ele, em profunda crise. Muito além de efeitos colaterais decorrentes da pandemia por Covid-19 que não é enfrentada de forma satisfatória pelo governo central brasileiro, o desmonte educacional emerge como um projeto de aniquilação urdido justamente pelo grupo que hoje detém o poder. As universidades federais, desde sempre integrantes do núcleo de excelência universitária no País, ao lado das instituições estaduais públicas, sofrem com cortes radicais de verbas – inclusive para o custeio básico como segurança e limpeza. Além do ensino, a pesquisa e a extensão, atividades às quais as universidades públicas se dedicam com muito mais afinco e dedicação do que quaisquer instituições privadas, definham na esteira desse desmonte que tem cara de projeto em execução. O Ministério da Educação, há mais de um ano tendo de conviver compulsoriamente com a realidade da pandemia, não foi capaz de traçar estratégias de aprimoramento do ensino híbrido ou à distância para a Educação Básica ou para as grades do Fundamental e do Médio. O Exame Nacional do Ensino Médio, certamente que se consagrou ao longo dos últimos 20 anos como definidos do ingresso de jovens na universidade brasileira – sobretudo nas instituições públicas – não ocorrerá em 2021. Dois especialistas no tema e que estão nas trincheiras da resistência a essa tragédia nacional são os convidados do Sua Excelência, O Fato de hoje: Mozart Neves, ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco, ex-secretário de Educação de Pernambuco, ex-diretor do Instituto Ayrton Senna, professor-catedrático da Universidade de São Paulo e Renato Janine Ribeiro, filósofo, ex-ministro da Educação, professor da Universidade Federal de São Paulo e candidato à presidência da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).