O senador Renan Calheiros (MDB-AL) é um dos mais experientes parlamentares em atividade no Congresso Nacional. Ele é o convidado especial do Sua Excelência, O Fato desta segunda-feira para auxiliar os jornalistas Luís Costa Pinto e Eumano Silva na análise do cenário nacional. A CPI da Covid, que terá de ser instalada pelo presidente do Senado por determinação do Supremo Tribunal Federal é, de fato, a antessala de um impeachment e pode se converter em “CPI do Genocídio brasileiro”? Há formas de o Poder Executivo interferir no Legislativo durante uma CPI? A gravação da conversa entre o senador Jorge Kajuru e o o presidente Jair Bolsonaro, divulgada neste domingo pelo próprio Kajuru, agrava o processo e cria novas linhas de investigação ou foi um embuste na linha Chacrinha – “estou aqui para confundir, não para explicar”? Renan Calheiros foi ministro da Justiça no governo de Fernando Henrique Cardoso, presidiu o Senado quatro vezes, foi líder do governo Fernando Collor em 1990. Em 1992, sem mandato, pois perdera a eleição para o Governo de Alagoas para Geraldo Bulhões, apoiado por Paulo César Farias, ex-tesoureiro da campanha presidencial de Collor, assistiu de camarote ao primeiro impeachment presidencial da História. Em 2016, era o presidente do Senado no processo que terminou com a deposição de Dilma Rousseff. Ele mesmo enfrentou denúncias pesadas que envolviam lobby empresarial e embaraços em sua vida privada. Tais acusações, que obrigaram-no a um mergulho temporário dentro do Senado, foram depois arquivadas ou anuladas no curso de processos judiciais por ausência de provas ou elementos básicos que as sustentassem. Se ainda há alguém na cena política que pode compreender a direção dos ventos, este alguém é o senador Calheiros.