É possível misturar futebol e política, sim. Sua Excelência, O Fato de hoje o fará e o convidado para tal, que nos honra, é Fábio Altman. Redator-chefe da Placar, Altman esteve em todas as Copas do Mundo desde a da Itália, em 1990, quando era correspondente de Veja. Também marcou presença em todas as coberturas de Olimpíadas desde Barcelona’92. É dono de um dos textos mais profundos e sensíveis do jornalismo brasileiro e tem densa formação política. Haverá Copa América? A essa altura, com o julgamento do Supremo Tribunal Federal marcado para amanhã, a fim de decidir se o Brasil pode, ou não, sediar o evento da Conmebol ignorando todos os alertas de segurança sanitária, nem mesmo o atordoado presidente afastado da CBF Rogério Caboclo sabe responder a tal pergunta. Ele cruzou o rubicão dos gramados de Brasília, pediu uma ajuda indevida ao presidente Jair Bolsonaro para salvá-lo e à cartolagem sul-americana, misturou capciosamente os problemas políticos de Bolsonaro com seus problemas pessoais – é acusado de assédio sexual e moral – transformou a bola (quadrada) das seleções subcontinentais em bandeira política.