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Planalto prevê até seis semanas com média acima de 2 mil mortes diárias por covid-19

Com textos do Valor e do Brasil 247

O Palácio do Planalto prevê que o país possa entrar em abril ainda com uma média superior a 2 mil mortes diárias por conta do coronavírus, segundo apurou o Valor com fontes a par do tema. A estimativa no governo é que haverá “seis semanas turbulentas” com essas cifras elevadas, em meio ao colapso simultâneo dos sistemas de saúde em diversos Estados

O Palácio do Planalto foi alertado por técnicos do Ministério da Saúde que o Brasil poderá registrar uma média diária de mais de 2 mil mortes em março e até abril, número que no pico poderá chegar a 3 mil óbitos diários. De acordo com reportagem do jornalista Fabio Murakawa, no  Valor Econômico, a avaliação de parte da cúpula do governo é que Jair Bolsonaro, que tenta culpar os governadores pela crise sanitária, “perdeu a narrativa” da pandemia e a vacinação – que poderia reverter a situação – avança lentamente no país. 

O temor do Planalto foi agravado pelo discurso histórico feito pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na quarta-feira (10). Na ocasião, Lula defendeu a criação de um comitê nacional para enfrentar a pandemia, além de defender a vacinação e responsabilizar o governo Bolsonaro pela omissão frente à crise. A volta de Lula ao cenário político, após a anulação das condenações impostas pelo ex-juiz Sergio Moro, associada a inação do governo frente à pandemia, também acendeu a luz de alerta em relação às chances de reeleição do ex-capitão em 2022.

Segundo a reportagem, a avaliação do governo é que o Brasil terá “seis semanas turbulentas” devido ao agravamento da pandemia e do colapso simultâneo do sistema de saúde em diversos estados.

Apesar da insistência de Bolsonaro em criticar os governadores em função das restrições impostas ao funcionamento de setores da economia e das medidas de distanciamento social, interlocutores do governo observam que a única vantagem política que pode ser capitalizada por Bolsonaro está na vacinação. 

 A situação, porém, é tida como incerta em função da baixa disponibilidade da oferta dos imunizantes em nível mundial e da incapacidade do governo em ampliar a vacinação no Brasil. Até esta quinta-feira (11), 9.294.537 pessoas haviam sido vacinadas com a primeira dose contra a Covid-19, o que corresponde a penas 4,39% da população do país Outros 3.317.344 de brasileiros recebera, a segunda dose. O número corresponde a 1,57% da população. O Brasil registra mais de 270 mil mortes em decorrência do coronavírus.

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