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Nelson Jobim, anfitrião do reencontro entre Lula e FHC, diz que não haverá 3ª via e sim frente contra Bolsonaro no segundo turno

Na manhã de hoje, ao programa Sua Excelência, O Fato dos jornalistas Luís Costa Pinto e Eumano Silva, o advogado Nelson Jobim, ex-ministro do STF, da Justiça e da Defesa, anfitrião do reencontro dos ex-presidentes Lula e Fernando Henrique, diz crer que “será muito difícil” o surgimento de uma “3ª via” unificando nomes de centro ou de centro-direita na cena eleitoral de 2022. Para ele, o espectro do centro à direita deverá lançar mais de um candidato. Contudo, Jobim vê o antibolsonarismo governando e ensejando uma ampla aliança no 2º turno (e, nesse cenário, Lula está correndo solto e à frente). “As realidades estaduais e partidárias falarão mais alto e não vejo nenhum nome se sobressaindo como 3ª via”, disse. “No segundo turno eventual, sim. E Lula está na estrada há mais tempo”.

Jobim também vê como essencial a formação de núcleos de debate no País para enfrentar de imediato duas questões que ameaçam a “pax política” gerada a partir da Constituição de 1988 que simbolizou a derrota final à ditadura militar: 

1. Como dizer aos militares que eles têm de voltar aos quartéis e aos limites de suas funções constitucionais? 2. Como intervir e operar no Congresso o desvirtuamento da gestão orçamentária gerado a partir das emendas impositivas e, sobretudo, com a forma como o Orçamento da União vem sendo manobrado nos últimos dois anos (gerando o escândalo do “Tratoraço”)?

O ex-ministro do STF, da Justiça e da Defesa crê, ainda, que o Supremo Tribunal Federal não concederá ganho de causa ao governo Bolsonaro na ação em que o presidente da República tenta retirar de governadores e prefeitos a autonomia para decidir sobre lockdowns e o poder para regular o fechamento das cidades durante a pandemia. Ação neste sentido foi protocolada na noite da última quinta-feira pela Advocacia Geral da União junto ao STF. “Não vejo como isso prosperar. Até porque o Supremo já decidiu essa questão a favor dos governadores e prefeitos”, disse Jobim.

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