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Na troca na Petrobras, bolsonaristas se reagrupam e defendem o presidente

Manoel Fernandes
Diretor BITES

A decisão do presidente Jair Bolsonaro em fazer a troca no comando da Petrobras está chamando hoje mais atenção da opinião pública digital do que a perda de R$ 91 bilhões em valor de mercado em 09 de março do ano passado, dois dias antes da decretação da pandemia da Covid pela OMS.

Em março, a preocupação estava relacionada com a potencial guerra de preços entre Arábia Saudita e Rússia. As ações da empresa caíram 28,5% em março passado e hoje até às 11h30 a queda estava em 20%.

Nas últimas 72 horas, os bolsonaristas voltaram a se reagrupar numa estratégia de defesa do presidente em torno de uma narrativa: os seguidos aumentos dos combustíveis no meio da pandemia determinaram a queda de Roberto Castello Branco.

Os últimos três dias representaram 8,5% do volume de posts no Twitter publicados no mundo sobre a Petrobras desde março passado. No Facebook foram 16 mil publicações nesse intervalo (21% do volume dos últimos 12 meses).

Os bolsonaristas estão incentivando a distribuição de um vídeo no Youtube no qual o presidente diz que a sociedade precisa ter mais informação sobre a formação de preços da gasolina no Brasil e se diz preocupado com grupos criminosos no comando de postos de gasolina pelo País.

Nas últimas 24 horas, duas buscas estão crescendo no Google em torno da pergunta: por que a gasolina é tão cara no Brasil?

No Facebook, por exemplo, os dez posts com a maior taxa de compartilhamentos, quando o dono de um perfil traz para dentro de sua rede de amigos o conteúdo de outro agente digital, os quatro primeiros trazem a versão do próprio presidente e de aliados, como as deputadas Bia Kicis e Carla Zambelli do PSL.

Os conteúdos até agora com maior volume de interações no Facebook e no Instagram reforçam a narrativa bolsonarista. No Twitter há equilíbrio entre críticos e aliados do presidente.

Em inglês foram publicados 391 artigos desde sexta-feira em torno do imbróglio com baixa taxa de interações. No Brasil foram 4.600 artigos tratando da troca na companhia. E aquele de maior propagação, editado por uma página bolsonarista, traz a narrativa da alta dos combustíveis com 71 mil interações.

Esse fenômeno é padrão no universo bolsonarista. Quando está sob ataque, especialmente da oposição, Bolsonaro consegue reagrupar seus aliados em torno de uma agenda comum. Na falta de uma estratégia de contenção digital mais estruturada das lideranças de oposição, a narrativa dos aliados do presidente consegue fluir com maior intensidade junto à opinião pública digital.

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