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Lava Jato está para Democracia como torturadores estiveram na ditadura e não podem ficar impunes, diz Genoíno

O ex-deputado José Genoíno adverte: é necessário punir o ex-juiz Sérgio Moro, o procurador Deltan Dallagnol e os demais procuradores da Lava Jato, assim como a delegada Érika Marena, que forjou depoimentos, para que o lava-jatismo não permaneça como um fantasma a praticar retrocessos e soluços na restauração da Democracia brasileira. Em entrevista aos jornalistas Eumano Silva e Luís Costa Pinto no programa Sua Excelência, O Fato, Genoíno, que integrou a Assembleia Nacional Constituinte de 1987/88 e foi presidente do PT, compara a ação dos lava-jatistas à dos torturadores do Doi-Codi durante a ditadura militar. Os torturadores ficaram impunes e seguiram assombrando a restauração democrática até hoje, por meio dos ecos que produziram entre os militares. “Se não punir, vai acontecer com a Lava Jato o que aconteceu com os torturadores”, diz José Genoíno aos 10 minutos da entrevista no vídeo.

            O ex-presidente do PT ainda afirma que Lula deve sair candidato e que o Partido dos Trabalhadores tem de colocar a campanha e o bloco nas ruas o mais rápido possível. Para ele, não pode haver diálogo com outras legendas sem que se tenha a clareza da naturalidade da candidatura de Lula. Genoíno crê, ainda, que a centro-direita, a direita e a extrema-direita é que têm um problema no colo: Jair Bolsonaro. “Política é a arte das escolhas; e eles escolheram errado em 2018. Trilharam esse caminho. Eles que resolvam o problema deles”, diz o ex-deputado no minuto 18 do vídeo.

            Na segunda parte do programa o advogado Pierpaolo Bottini, professor da Universidade de São Paulo, diz ser difícil que provas emanadas da troca de mensagens entre Moro, Dallagnol, Marena e outros procuradores da Lava Jato venham a ser usadas para punir o ex-juiz, integrantes do Ministério Público e a delegada federal. Contudo, ele acha que a restauração dos direitos políticos de Lula é algo inexorável e que não haverá retrocessos – além da confirmação de todas as ilegalidades cometidas pelo ex-juiz e pelos procuradores em Curitiba. “A Lava Jato não podia ter sido base para as condenações que proferiram Moro e Gabriela Hardt”, diz Piepaolo. “E o Supremo, enfim, começa a mudar isso. Pode mudar, sim, o curso da História” (minuto 38 do vídeo com a entrevista).

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