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Janine Ribeiro e Mozart Neves defendem mobilização imediata em torno da Educação. “Há risco de perder tudo”, advertem

Sua Excelência, O Fato #89

Os professores Renato Janine Ribeiro, filósofo e ex-ministro da Educação, e Mozart Neves, químico e ex-reitor da Universidade Federal de Pernambuco, defenderam, durante debate no programa Sua Excelência, O Fato (link abaixo), a imediata mobilização de todos os setores ligados às diversas áreas da Educação brasileira para denunciar, conter e reverter o processo de degradação orçamentária que vem provocando um desmonte educacional – do ensino básico e fundamental às universidades.

Estudantes, professores, reitores e a comunicada acadêmica em geral de instituições como UFRJ, UnB, UFRGS, UFRPE, UFPE, UFBA, UFGO e diversas outras universidades federais ou estaduais têm alertado para a trágica paralisação de todas as atividades nos campi em razão dos cortes de repasses do Governo Federal para programas de ensino, pesquisa e extensão – e até para o custeio básico com segurança e limpeza de diversas instituições. “O que ocorre não é consequência da pandemia. É método, sim. É método de desmonte. Até o governo Dilma, passando pelos governos Lula e Fernando Henrique, e desde o período de Itamar Franco na Presidência, dava-se prioridade à Educação”, diz Janine Ribeiro, que é também candidato à presidência da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). “Agora, não. E isso é grave”. Ao concordar com ele, Mozart Neves, que foi diretor do Instituto Ayrton Senna, enxerga não apenas uma ausência de projeto para a Educação dentro do governo Bolsonaro. Mas, mais que isso: “O Ministério da Educação nunca teve prestígio dentro da própria equipe desse governo. Eles não têm a menor relevância no conjunto do governo e uma prova disso é a forma como se anunciou o corte das verbas para o ENEM”.

O Exame Nacional do Ensino Médio, ENEM, certame de avaliação de conhecimentos que se consolidou nos últimos 20 anos como a principal forma de acesso às universidades, não ocorrerá em 2021. O Ministério da Educação anunciou, na última sexta-feira, que não há verba para o Enem em 2021 e nem calendário exato para o exame em 2022, o que torna incertos os projetos de diversos jovens e adolescentes que querem entrar para as universidades públicas brasileiras. “É preciso começar a agir já, de forma organizada, como resistência e com proposições”, prega Janine Ribeiro.

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