No programa Sua Excelência, O Fato, o jornalista Eumano Silva (na altura do minuto 28 do vídeo), levanta um ponto que passou despercebido no depoimento de ontem do ex-ministro Luiz Henrique Mandetta à CPI do Genocídio: o autor da minuta que faria o governo brasileiro a mudar a bula da cloroquina e adaptá-la, numa canetada, para ser a panaceia bolsonarista de “tratamento precoce” ao coronavírus. Segundo Mandetta, quem levou a minuta de “decreto” que faria a mudança na bula da cloroquina ao arrepio da Ciência foi o “ministro Jorge Ramos”. A personagem não existe no circo trágico de Jair Bolsonaro. Mas, existia naquele momento e estava presente naquela reunião o então ministro Jorge Oliveira, coronel da PM que era encarregado de redigir decretos e Medidas Provisórias no Palácio do Planalto. Hoje, Oliveira está no Tribunal de Contas da União. Foi indicado ministro por Bolsonaro a fim de protegê-lo nas futuras prestações de contas ao TCU. Jorge Oliveira, logo, precisa ser convocado a dizer se fez, ou não, a tal minuta que nem o almirante Barra Torres, presidente da Anvisa colocado por Bolsonaro no cargo, teve coragem de levar a sério. O Sua Excelência, O Fato, também dedicou longa análise à crise social explosiva que toma conta da Colômbia e que pode se converter num efeito “cold coffee” para o Brasil. O estopim da revolta que já matou 50 colombianos, dividiu a direita colombiana e inicia um processo de remitalirização das ruas da Colômbia é justamente uma Reforma Tributária ultraliberal e regressiva que o presidente Ivan Duque tenta aprovar lá – semelhante à que Paulo Guedes quer aqui.