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Todos os erros dos homens do presidente (Lula, 3.0) e quais os caminhos para abrir 2026 antes de fechar 2024

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil

O presidente precisa agir com rapidez, assertividade, firmeza e foco ao operar em sua equipe e no PT as mudanças necessárias depois das urnas municipais e antes do pleito de 2026

Por Luís Costa Pinto

O resultado das urnas do próximo domingo, no 2º turno das eleições municipais, dará ao Partido dos Trabalhadores uma certa tranquilidade para operar mudanças na equipe de Governo sem estar sob o manto do derrotismo ou refém da retórica dos fracassomaníacos que operam dentro de suas próprias linhas.

Com chance real de eleger dois ou três prefeitos de capitais – Fortaleza, Cuiabá e Natal –, proeza que não logrou conseguir em 2020; e ainda peleando para a vitória em cidades importantes como Mauá e Diadema (Região Metropolitana de São Paulo), Olinda (Grande Recife) e Pelotas e Santa Maria (RS), o PT somará alguns desses resultados relevantes aos 248 prefeitos eleitos no primeiro turno.

O saldo será obviamente positivo ante os ralos 179 eleitos há quatro anos. O ambiente de serenidade pragmática deve prevalecer mesmo com o resultado da capital paulista, onde não se poderá permitir nem euforia desmedida caso o aliado Guilherme Boulos (Psol) deslanche para uma difícil saga vitoriosa, nem imaturas lavagens de roupa suja a céu aberto se sobrevier uma derrota do psolista.

Mas, as mudanças no partido, dentro do Palácio do Planalto e na Esplanada dos Ministérios precisam ser feitas com rapidez, assertividade, firmeza e foco. Os quatro substantivos são escassos na equipe e na base de Governo desse terceiro mandado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Foram diferenciais competitivos que marcaram os mandatos anteriores – sobretudo desde a reação à falsa denúncia do “mensalão” até a incontestável vitória de 2010 com Dilma Roussef se elegendo sucessora de um Lula cuja popularidade alçou-o com justiça aos píncaros da glória.

EIS A LISTA (INACABADA) DOS CULPADOS

Em relação a mudanças no ministério e na condução do PT, o que se discute nos bastidores de Brasília (começando pelo Ministério da Defesa):

Nas Democracias, o jogo da política tem regras consuetudinárias que vão se ajustando no decorrer do tempo e ao sabor das gerações que operam o poder. Está-se vivendo um hiato geracional no PT, em especial, e na esquerda como um todo. No curso desse hiato, o Partido dos Trabalhadores, de Lula, detém a presidência da República, mas, não tem a chave-mestra para solucionar todos os problemas da governabilidade. Sem ter conseguido vencer em São Paulo, onde relutou em apoiar Ricardo Nunes no primeiro turno e foi rechaçado no segundo turno, independente do veredito das urnas no próximo domingo, Bolsonaro sairá menor e derrotado das eleições municipais de 2024. Caminha para derrotas humilhantes em Belo Horizonte, Goiânia e Belém e, possivelmente, duros reveses em Fortaleza, Cuiabá, Niterói e Natal. Perdeu feio no Rio de Janeiro e no Recife e não se pode dizer que tenha vencido em Salvador. Açulada pelo derrame de dinheiro e pelo extravasamento de ódio da Era Bolsonaro, a direita brasileira se converteu em “direitas do Brasil”. Não está unida. É por essa senda da desunião que as esquerdas têm de se reunificar conduzidas pela liderança sábia e serena de um Lula que dá sinais de exaustão na metade de seu terceiro mandato presidencial. Só ele, entretanto, tem capacidade para reunir as esquerdas ao centro fazendo o país convergir de novo para um projeto de salvação nacional. Para isso, tem de agir com rapidez, assertividade, firmeza e foco.

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